O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome neuropsiquiátrica
caracterizada por manifestações comportamentais, acompanhada por déficits na
comunicação e interação social, essa síndrome requer um acompanhamento e
cuidados específicos. Muitas vezes o cuidador é sobrecarregado, o que pode
comprometer a sua qualidade de vida. O objetivo desse estudo foi avaliar a
qualidade de vida dos cuidadores familiares de crianças e adolescentes com TEA
por meio de questionários, um elaborado pelos pesquisadores com variáveis
sociodemográficas e comportamentais do cuidador e condições de saúde da criança
e adolescente com TEA e o World Health Organization of Life (WHOQOL-bref)
usado para avaliar a qualidade de vida dos cuidadores. Foram convidados a
participar do estudo cuidadores familiares de crianças e adolescentes com autismo
na faixa etária de 4 a 19 anos incompletos em acompanhamento na Fundação Casa
da Esperança. Colaboraram com a pesquisa 102 participantes, a maioria do sexo
feminino (97,1%), com idade variando de 35 a 45 anos (39,2%), casadas (47,1%),
com Ensino Médio completo (36,3%), 52% sem atividade remunerada e com renda
mensal de 1 salário mínimo (60,8%). Verificou-se que 85,3% passam 24 horas
cuidando do filho, 73,5% sentem-se sobrecarregadas e 72,5% estressadas, não
realizam nenhuma atividade física (73,5%), não costumam ter lazer (37,3%) e se
sentem sozinhas no cuidar (66,7%). As variáveis associadas ao domínio meio
ambiente foram, em sua maioria, ruim (54,9%), os demais domínios apresentaram
maior percentual na opção nem ruim, nem boa, sendo os domínios físicos com
65,7%, os psicológicos com 55,9% e de relações sociais com 41,2%. Os resultados
confirmaram haver uma qualidade de vida comprometida dos cuidadores familiares,
reforçando a necessidade de uma atenção maior dessa população.
