O presente trabalho tem como finalidade identificar o conhecimento dos estudantes
de odontologia e cirurgiões dentistas do Brasil, sobre lesões sugestivas de abuso
infantil e como realizam o manejo dos vulneráveis. O estudo se caracteriza como
transversal, descritivo-analítico, observacional, com abordagem quantitativa e foi
realizado por meio de um questionário online disponível durante os meses de julho a
outubro nas redes sociais Telegram@, Instagram@, Facebook@ e Whatsapp@. Teve
como público-alvo cirurgiões dentistas e estudantes de graduação de odontologia, do
sexo feminino e masculino, residentes no Brasil, sendo esses os critérios de inclusão.
Como critérios de exclusão, os questionários que foram parcialmente respondidos
e/ou que apenas assinaram o Termo de Consentimento foram excluídos do estudo.
Após a coleta, os dados foram analisados estatisticamente pelo software Graph Pad
Prism v. 6.01 e apresentados em tabelas, para uma melhor visualização das
informações obtidas. Participaram da pesquisa 152 indivíduos, a maioria faz parte de
profissionais já formados, o restante se enquadra como estudantes de graduação em
Odontologia do 6º ao 10º semestre. A maioria dos entrevistados (84, 55,3%) relata
não ter aptidão para identificação de sinais e sintomas de abuso sexual infantil.Em
relação ao acesso ao conhecimento do conhecimento de lesões sugestivas de abuso
sexual infantil e o protocolo ideal de denúncia e notificação durante a formação
acadêmica, a maioria dos entrevistados, respectivamente, 79 (52%) e 103 (67,8%)
assinalaram não terem tido acesso a essas informações durante a graduação.
Conclui-se que a maioria dos investigados possuem conhecimento acerca das
principais lesões sugestivas de abuso sexual infantil, assim como o protocolo de
denúncia a ser seguido em casos de suspeita. Entretanto, grande quantidade destes
não obtiveram acesso a esses conteúdos durante sua formação. Ademais, a falta de
aptidão em ter o manejo em conduzir casos de abuso sexual infantil é presente em
grande parte dos profissionais e dos estudantes de graduação, e os principais motivos
relacionados são a incerteza do diagnóstico e o protocolo de denúncia e/ou notificação
dos casos.
