A melatonina (N-acetil-5-metoxi-triptamina) é um composto indol., visto que quimicamente é
sintetizada a partir do triptofano que é um aminoácido essencial encontrado em proteínas, por
isso é considerada uma indolamina que até a década de 1970 era considerada a única hormona
da glândula pineal. Consequentemente, a melatonina não é uma hormona no sentido clássico,
pois é sintetizada em diferentes órgãos e seu efeito não tem um órgão-alvo específico. A luz é
considerada o principal fator regulador da secreção de melatonina e o efeito de sincronização
com a luz começa na fase fetal, devido à oscilação nos níveis de melatonina materna. A
quantidade de melatonina não é constante ao longo da vida nos humanos a produção começa
aos 3 ou 4 meses de idade havendo um aumento dos níveis no decorrer da infância e é também
nessa fase que o nível máximo da produção é alcançado, em torno dos 40 anos há uma redução
gradual na produção dos níveis de melatonina e a partir dos 70 anos os níveis não passam de
10% do pico de produção ocorrido na infância. O presente estudo tem como objetivo analisar a
importância da suplementação de melatonina na qualidade do sono. Foi realizada uma revisão
integrativa com o propósito de reunir e sintetizar o conhecimento levantado sobre a temática
proposta, uma vez que a produção científica tem aumentado de modo significativo
desencadeando a necessidade de obter estratégias metodológicas que contemplem a síntese das
melhores evidências científicas a fim de incorporá-las na prática de assistência à saúde
embasando a tomada de decisão diagnóstica, terapêutica e gerencial. As buscas pelos artigos
foram realizadas entre os meses de abril e junho de 2023 nas bases de dados: Lilacs (Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde), PubMed (National Library of Medicine),
Scielo (Scientific Electronic Library Online) e no Google Acadêmico, com base nos seguintes
descritores: Melatonina; Suplementação de Melatonina; Hormônio Neuroendócrino e
Qualidade do Sono. Os estudos demonstraram que o uso da melatonina para o tratamento do
distúrbio da insônia foi considerado promissor, porém houve também a identificação de que há
a necessidade de mais estudos para que a prescrição da melatonina seja definida. Entretanto,
quanto à melhora dos sintomas de insônia primária e qualidade de vida de doentes a partir dos
55 anos foi verificada uma melhora estatisticamente significativa na qualidade do sono. No
tocante à prevenção de sintomas depressivos e de ansiedade, sono e distúrbios circadianos
podendo haver vantagens no tratamento com o uso da melatonina devido sua baixa taxa de
toxicidade. Outro ponto observado é que a melatonina foi considerada uma molécula adjuvante
eficaz à radioterapia no tratamento do câncer de mama. Diante dos estudos achados a
suplementação exógena de melatonina pode melhorar o desempenho em ambientes quentes e
úmidos devido ao seu efeito de pré-resfriamento. Apesar dos achados, a nutrição pode
desempenhar um papel importante na prevenção e o tratamento de distúrbios do sono
ressaltando ainda que há recomendações de higiene para o sono cujo objetivo é incluir hábitos
corretos sobre fatores comportamentais e ambientais que influenciam o sono e assim, alcançar
um período de descanso efetivo