Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA, 2022), o Brasil está em
primeiro lugar no ranking de países mais transfóbicos e que mais matam corpos-trans, assim,
é fundamental entender as providências tomadas pelo Estado levando em conta a violência e
suposta neligência que acomete essa população, havendo em consequência disso grande
incidência de adoecimentos mentais e tentativas de suicídio. Dessa forma, este trabalho tem o
objetivo de investigar o fenômeno da necropolítica a partir dos afetamentos psicológicos em
corpos trans, utilizando-se do método de revisão integrativa, ferramenta que possibilita a
construção de uma nova contribuição literária a partir de estudos anteriores, por meio da
catalogação, avaliação, análise, formulação de resultados, elaboração de discussão e
considerações finais. Com a identificação dos artigos, percebe-se que a necropolítica é um
fenômeno funcional no cotidiano brasileiro, no qual corpos-trans sofrem nas diversas esferas
sociais por diversas violências: psicológica, moral, física, que os invalidam e contribuem
para adoecimentos psíquicos. Refletindo a ausência de manejo do Estado brasileiro e seguindo
a lógica necropolítica, quando se mata sutilmente por meio da negligência, se torna evidente a
falta de políticas públicas efetivas que ofereçam suporte, garantindo os direitos elementares e
específicos dos corpos trans, tornando evidente a necessidade de uma atenção especializada e
direitos permeados por aspectos de equidade, tendo em vista a transfobia presente nos
serviços de saúde, educação, meios corporativos e outros setores, que sustentam um sistema
heteronormativo preconceituoso e adoecedor. Assim, há a necessidade da elaboração de
medidas para lidar com os efeitos da necropolítica trans, possibilitando condições ideais de
cidadania, fomentando a diversidade sexual e investindo em mais pesquisas empíricas para
compreender os efeitos da necropolítica em detrimento da saúde mental dessa população.
